Quando penso em razões de viver, de não desistir, de não baixar os braços, penso em Amor. Toda a gente fala de Amor. Todos os que venceram o cancro contam que o fizeram por Amor, graças ao Amor, através do Amor.
(Mas eu não. Sou, e sempre fui, uma azarada no Amor.)
E se amor existe na minha vida, é sobretudo a ambição de amor. Quero viver um amor livre de medos, de culpas, deveres ou obrigações. Quero viver um amor que valha só porque existe, só porque sim, sem necessitar de mais razões ou argumentos para perdurar. Quero um amor que me descubra, que me esculpa e me revele a pessoa que sei que sou. Que sempre fui mas andei perdida. Quero um amor que me encontre, que me reconheça, que me dê a mão e que não me largue.
É isto que quero e que, finalmente, acho que mereço.
É esta ambição de amor que me alimenta, porque recuso morrer aos 30 anos sem nunca ter vivido uma verdadeira história de amor.