Uma coisa complexa em oncologia (ou talvez seja só no meu caso, não sei) é o processo de diagnóstico. Os exames, os resultados, o palavreado médico nos relatórios que acompanham o exame, o compasso de espera, a falta de respostas e o discurso indirecto e cauteloso do tão esperado dia da consulta. Aquilo que deveria vir a seguir, o alivio, quase não o tenho sentido. Porque no meu caso estamos sempre a meio do processo de diagnóstico, ainda falta um outro exame (qualquer) e uma reunião de equipa.
E, antes de me darem o diagnóstico (logo, o tal alivio), ainda levo com uma cirurgia exploratória. Toma lá que já almoçaste. Cirurgia essa que consiste quase sempre em "abrimos para ver" mas no final "tiramos tudo". Depois vai tudo para análise e só no fim -um mês depois- tenho o diagnóstico, que no fundo também se poderia chamar D. Sebastião.
Lá está, eu não sei como é que funcionam os outros cancros, mas será que é sempre assim? Prognósticos só no fim do jogo (como diz o outro)?