Gostei muito deste post, aqui vai um excerto:
"Não que a tivesse esquecido. Não se esquecem os primeiros amores.
Passados uns anos ia, de carro, a subir a Rua do Alecrim e ela atravessa a passadeira a minha frente. "A." chamei. Combinei encontrar-me com ela, uma vez, outra e percebi que também ela não me tinha esquecido. Estávamos os dois livres e revivemos 3 meses muito bons daquilo que tivemos na juventude. Depois a vida complicada dos crescidos tornou a separar-nos e não mais nos falámos. Assim, simplesmente sem nos zangarmos mas dando mais prioridade a outras coisas.
Soube agora, durante um jantar por pessoas que descobri que a conheciam, que morreu. De cancro, contra o qual lutou durante mais de um ano. Não tenho que vos descrever a pena e a revolta que sinto por não a poder rever e não lhe dizer o quanto tinha sido importante para mim e como fazia parte daquilo que sou. Não é isso que quero partilhar convosco porque sabem aqueles que acompanham a minha escrita esporádica que tenho pudor em trazer para aqui a minha vida privada. O que eu quero dizer é que não tomem as pessoas por garantidas porque não são. Estimem aquelas pessoas que vos são importantes, mesmo que já não o façam há muito tempo, assegurem-se que elas sabem disso.
Groucho"