Ando fascinada com esta ideia, de que lutar contra o cancro é vencer varias batalhas:
Quel regret que de tout risquer en un seul combat, en négligeant la stratégie victorieuse, et faire dépendre le sort de vos armes d’une unique bataille !
Ando fascinada com esta ideia, de que lutar contra o cancro é vencer varias batalhas:
Quel regret que de tout risquer en un seul combat, en négligeant la stratégie victorieuse, et faire dépendre le sort de vos armes d’une unique bataille !
Tenho um problema com esta palavra. Nunca a consigo dizer bem. Reincidiva. Reincidência. Recidiva. Assim é que é. E ainda não quero acreditar que estamos lá. Que estou a reincidir, recidir, whatever.
Três meses e meio depois do fim da radioterapia cá está ele de novo, o cancro, desta vez instalado num gânglio linfático.
Estou confusa. Isto quer dizer que as duas operações que fiz não foram suficientes, que a radioterapia não funcionou, que vou ter que ser operada mais uma vez, e ser constantemente vigiada. Eu sou o bicho da liberdade. Como é que encaixo ser constantemente vigiada quando eu anseio por me escapar, fugir, ir (por ai)? Depois vem o medo. Então se isso tudo não funcionou, o que é que funciona? Como é que me livro disto?
Ao mesmo tempo que me sobe a angústia e me eriçam os pêlos dos braços sei também que dê lá por onde der vou conseguir ser mais teimosa que este cancro. Deste não morro. Posso morrer de outro(s), aos 70 anos, quero lá saber. Mas deste não.
E é preciso controlar a angústia, refrear o stress, combater o cansaço, comer bem e bio de preferência, continuar a tentar ter uma vida que se desmarque do cancro, uma vida outra que o cancro. Continuar.