Ora aqui está um tema sensível. Como conjugar cancro e engate?
Há muita gente com cancro que não tem marid@, namorad@ nem encontrou ainda o amor. Como é que se conhece a pessoa da nossa vida e a convencemos a ficar connosco, porque brincar ao cancro até pode ser divertido? Como é que se arrasta outra pessoa, que à partida não tem nada a ver com o assunto, para se tornar no 3°elemento da equação (cancro-doente-parceiro)?
Digo muitas vezes que não tenho coragem de arrastar um gajo para isto. O que é que lhe posso dizer: "Olha querido, não posso ter filhos nos próximos anos, não faço ideia das montanhas russas que ainda me esperam, mas pronto olha gosto de ti, vamos a isto?" Não posso garantir nada. What you see is what you get, com todas as cicatrizes à mistura, cicatrizes que esse alguém terá que beijar, tocar, gostar. Quando eu própria não gosto, evito tocar e... bom, beijar está fora de questão, ainda não me consigo beijar a mim própria no pescoço.
Já para não falar do corpo cansado, pouco dado às maluquices dos primeiros encontros, às maratonas de sms noite fora, outro tipo de maratonas mais marotas, à impossibilidade de viajar, decidir datas, sonhar em conjunto ou fazer planos (a médio termo). Ao menos posso fazer planos no imediato à vontade, na base do "o que é que me apetece fazer hoje?".
Apesar disto tudo idealizo o homem ideal para o meu eu com cancro: médico, humanitário, loiro vindo de um país do Norte da Europa. Vou ali ao Sudão e já volto.