As rádios emitem em várias frequências. Estes episódios, contudo, situam-se numa frequência diferente, não uma de rádio, mas de radio. Como em Radioterapia. Episódios de um tratamento oncológico (à suivre)
Segunda-feira, 30 de Agosto de 2010

Ora aqui está um tema sensível. Como conjugar cancro e engate?

 

Há muita gente com cancro que não tem marid@, namorad@ nem encontrou ainda o amor. Como é que se conhece a pessoa da nossa vida e a convencemos a ficar connosco, porque brincar ao cancro até pode ser divertido? Como é que se arrasta outra pessoa, que à partida não tem nada a ver com o assunto, para se tornar no 3°elemento da equação (cancro-doente-parceiro)?

Digo muitas vezes que não tenho coragem de arrastar um gajo para isto. O que é que lhe posso dizer: "Olha querido, não posso ter filhos nos próximos anos, não faço ideia das montanhas russas que ainda me esperam, mas pronto olha gosto de ti, vamos a isto?" Não posso garantir nada. What you see is what you get, com todas as cicatrizes à mistura, cicatrizes que esse alguém terá que beijar, tocar, gostar. Quando eu própria não gosto, evito tocar e... bom, beijar está fora de questão, ainda não me consigo beijar a mim própria no pescoço.

Já para não falar do corpo cansado, pouco dado às maluquices dos primeiros encontros, às maratonas de sms noite fora, outro tipo de maratonas mais marotas, à impossibilidade de viajar, decidir datas, sonhar em conjunto ou fazer planos (a médio termo). Ao menos posso fazer planos no imediato à vontade, na base do "o que é que me apetece fazer hoje?".

 

Apesar disto tudo idealizo o homem ideal para o meu eu com cancro: médico, humanitário, loiro vindo de um país do Norte da Europa. Vou ali ao Sudão e já volto.

publicado por Silvina às 17:07

Tema interessante este.

O Amor é mesmo isso, o não poder garantir nada seja em que circunstância e quando é verdadeiro resiste a tudo, embora nem sempre facilmente.

O que posso dizer mais? Se tiveres de encontrar o homem da tua vida nesta fase acredita que vais encontrar e ele vai estar sempre contigo, apesar das tempestades. Só um conselho, deixa de o idealizar :) e surpreende-te com aquele que à partida não encaixaria no perfil que desenhaste.

Beijinhos grandes
Anónimo a 30 de Agosto de 2010 às 22:36

Gostei muito do ultimo comentario!
gaja a 2 de Setembro de 2010 às 08:45

Acho que o m/ comentário foi anónimo

Beijocas
Susana Neves a 30 de Agosto de 2010 às 22:36

Olá Susanita, esta minha idealização é mais uma ironia, mas é verdade que tenho andado um pouco fechada a outros perfis (a todos os perfis a bem dizer). Vou tentar mudar, ou ir mudando aos bocadinhos... :)
P.S.-gostei da noção de amor robusto que resiste a tudo!
Silvina a 1 de Setembro de 2010 às 22:20

...sabes isto ainda é tudo muito novo para mim...isto do cancro, do ter cancro...ser operada, olhar para o corpo e ver cicatrizes...

li alguns artigos do teu blogue...e parei neste para comentar...mas nem sei bem o que te dizer...tocas um assunto que nas ultimas semanas pelo menos em sites/ blogues portugueses que tenho encontrado, visitado não é muito abordado...o trio...a tal equação a 3...nós + cancro + companheiro

ultimamente tenho-me referido ao meu namorado como companheiro...e acho a palavra ideal porque é mais abrangente...alguém que nos acompanha, que está ali na nossa companhia, ao nosso lado nos bons e nos maus momentos.

a tua energia e força interior saltam nas tuas palavras...a tua gargalhada e a tua dor...também.

não deixas quem passa por ti indiferente! e isso é vida em ti.

portanto quando passar por ti o homem certo, vai ver isso tudo que tu és com toda a certeza...e acredito que não vai ter medo desta equação complicada.

beijinhos, muitos.

muitomeuamor a 27 de Outubro de 2010 às 22:12



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