Este post da Cocó...
"Conversa com duas amigas no messenger:
Eu: Estou tão cansada. Acho que tenho um cancro. Mal consigo levantar os braços. Amanhã vou fazer análises.
A: Já te está a cair o cabelo?
Eu: Não, ainda não comecei a fazer quimioterapia...
A: lololololol. Agora ri-me mesmo.
Eu: Se tivesse vocês ficavam tristes? Choravam?
A: Era capaz.
Eu: Iam comigo aos tratamentos?
A: Se a S. me desse boleia...
Eu: Olhavam pelos meus meninos?
A: F***-se! Isso não!
S: Vocês não estão a ter esta conversa parva, pois não? Cansaço não é cancro. Começa com c mas não é a mesma coisa, pá.
A: Se tiveres cancro é onde?
Eu: Com este cansaço todo, deve ser leucemia...
A: Ah. Olha, então quando tiveres os resultados vê se não pões no blogue, está bem? Diz-nos primeiro. Vais onde, fazer as análises?
Eu: Vou à Cuf.
A: E eles dizem logo: pumba, cancro.
Eu: ahahahah
A: Pumba: podes esquecer o freelance
A: Pumba: três filhos orfãos de mãe
S: Só espero que amanhã a esta hora as lágrimas não nos estejam a escorrer pela cara abaixo.
A: Porra. Estás parva?
S: Porque eu vou ficar muito triste, sim
A: Mas alguém falou em cancro?
S: E vou chorar, sim
A: Não tens sentimentos?
S: P*** de m****
A: C******
S: F***-se
Acho que, se falarmos e gozarmos com estas coisas, elas fogem. Pelo menos nós gostamos de acreditar que sim. Não há melhor que falar do medo para ele meter menos medo." (excertos)
...gerou 28 comentários, alguns dos quais muito chocados com o teor da conversa, com o gozo descarado com o cancro (palavra, situação, doença). Tão escandalizados, que motivaram outro post de desculpas.
Devo dizer que me ri a bom rir, não me transtorna, não me abala, não me faz infeliz. Sempre gostei de humor negro, aliás, uma das private jokes deste inverno foi:
"Epá, ao contrário dos outros anos, este ano ainda não me constipei, nem apanhei gripe, nem nada! Só cancro."
Rir é tão bom.