O saber popular continua a ter razão, uma desgraça nunca vem só. Durante a semana do demo, em que fiz um TAC, ecografia a toda a zona abdominal, PETscan, consulta de radioterapia e outra de cirurgia, em que deixei de dormir os meus sonos recentemente alinhados com a dita normalidade das 8h por noite, depois de vários sobressaltos, ouvi o que não queria: tenho dois novos tumores, um num gânglio linfático na nuca e uma metástase no pulmão esquerdo. Fun!
Portanto faca comigo já na terça que vem, para tratar da saúde ao gânglio, desta vez com anestesia local. Assim que a zona cicatrizar, inicio mais um ciclo de radioterapia na nuca, mas desta vez são só 3 semanas, e obriguei o médico a prometer-me que não ia custar tanto como da última vez. Ele disse que não. Desta vez os efeitos secundários são mais light, devo ficar cansada e com uma pelada na nuca. Há coisas piores, com peladas e carecas posso eu bem.
A questão do pulmão é a grande incógnita. O meu médico Lambard acha que se deve vigiar e o meu cirurgião acha que se deve operar. Cada um puxa a brasa à sua sardinha. Depois perguntaram-me a minha opinião, um dia depois de eu saber da novidade. Óbvio que fiquei um bocado abananada, porque só de ouvir falar de "metástase" e "pulmão" a pessoa treme toda por dentro. Mas eles insistiram, que a minha opinião era importante, que o corpo é meu, que eu conheço bem o meu corpo e tenho uma palavra a dizer. Tudo verdade, mas difícil é sair do estado abananado em menos de 24h e ter uma opinião formada.
Regardless, o meu instinto diz-me para operar, o mais rápido possível. Então respirei fundo, e disse-o ao médico. Disse que preferia nem esperar pelo fim da radioterapia, que prefiro que seja tudo ao mesmo tempo, que eu aguento. Entretanto vim passar uma semana à pátria. Quando voltar para Paris saberei o veredicto.