A minha avó teve uma amiga chamada Silvina, que teve esclerose múltipla em placas, uma doença degenerativa. "Amigas destas, filha, só se tem uma vez na vida." Contou-me que se entendiam sem sequer precisarem de falar. A amizade é aquele contrato implícito que estaremos lá com o nosso amigo até ao fim, para tudo, contra tudo e contra todos, mão-na-mão. Quando a amizade é verdadeira é assim. Como a minha avó, que viu morrer a Silvina na sua cama: "E ela abriu muito os olhos, como se me quisesse dizer alguma coisa, mas já não conseguiu..." Pois é, avó. Eu sei o que é que ela ia dizer. Provavelmente "Obrigada" por teres estado sempre lá, ao longo da vida, a amparar-lhe as dores, a cozinhar e a limpar quando era preciso, a mudar fraldas à filha dela. Tudo porque "a Silvina era uma pessoa muito boa, tinha muito bom coração, era muito inteligente, mas teve muito azar na vida..." Nem sempre, avó. Ela teve a sorte de ter tido uma amiga como tu, e isso há poucas Silvinas neste mundo que o podem afirmar.
[Este post é dedicado a todos os meus amigos, reais e virtuais, que me têm apoiado. A todos, o meu obrigado]
publicado por Silvina às 11:43
Como amiga virtual, agradeço este lindo post que só poderia ter sido escritro por uma Silvina.
A minha avó materna chama-se Silvina e, como tu, é muito especial.
Beijinhos
Susana Neves a 19 de Novembro de 2011 às 15:40
Obrigada Susanita! Um grande, grande beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 20:51
Força! :-) Dentro do grande azar dessa doença, teve a sorte de ter uma grande amiga. Eu não tenho doença nenhuma mas não me posso gabar da segunda parte.
Ana a 20 de Novembro de 2011 às 12:20
Olá Ana, muito obrigada pela força :)
Um beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 20:52
Acabei de conhecer o "teu" blog, e depois de ter vasculhado os arquivos, decidi deixar-te umas palavrinhas: vai ficar tudo bem. E não digo isto apenas para te animar, não: sinto mesmo que vai ficar tudo bem. Pela força de demonstras, pela coragem, pela determinação. Tenho a certeza que a continuar assim, mais uns caldinhos de galinha e umas voltas de bicicleta pelo campo, com umas inspirações de ar puro a plenos pulmões, e tudo vai ficar bem.
P.S.: permites-me uma sugestão? Começa aos poucos a falar de outras coisas no teu blog, que não estejam relacionadas com a saúde e a falta dela. Há tanta vida lá fora! Vai-te libertando, aos poucos, dessas correntes que te prendem, e quando deres por ti, és livre. ~
Susana A. a 20 de Novembro de 2011 às 20:53
Olá Susana A., obrigada pelo teu comentário e pela sugestão... Eu às vezes falo de outras coisas, sim, mas este é assumidamente um "blog de cancro", criado para falar disso mesmo. Talvez quando conseguir passar uns meses em remissão mude de assunto mais vezes! ;)
Um beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 20:55
Só hoje conheci este seu cantinho. Desejo-lhe tudo de bom.
Uma das minhas irmãs teve uma grande amiga chamada Silvina.
Beijinho
Helena a 21 de Novembro de 2011 às 10:34
Olá Helena, muito obrigada pelo teu comentário, e pela força...
Um beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 20:55
Estou a gostar muito de ler o seu blog, ainda não tive tempo para ler tanto quanto gostaria, mas espero o ir fazendo aos poucos...
Desde já, quero dar-lhe muitos Parabéns e pela Força que tem, é um caminho duro e difícil onde o optimismo e o positivismo não podem adormecer! Estou a estudar Medicina Nuclear e talvez seja uma das razões que me desperta interesse pelo seu blog e por querer acompanhar os seus pensamentos e desabafos.
É uma Mulher de muita Coragem e muita Força, fico sinceramente Feliz, contente não descreve como fico e o que sinto, ao ler as suas palavras e ao testemunhar recente e virtualmente a sua Força.
Obrigada também pelo seu blog, pode servir para muitos que estou a iniciar a batalha como uma Esperança e para que tem o descanso de desconhecer essa realidade pode servir para darmos mais valor ao que temos sem que seja preciso sentir o risco e possibilidade de tudo perder.
Olá Dear Buddha, gostei muito de ler o teu comentário, e até corei com os elogios ;) Muito obrigada.
Um beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 20:57
Olá Silvina!
Estou a ler o seu blog... o que dizer? que tenho amigas que estão neste momento a tentar superar o cancro? que sei, pelo que escreve, que é uma mulher em luta de leoa pela sua vida? isso já sabe não é?
Desejo-lhe sempre essa força e acompanho-a desde já na esperança
filomena
filomena a 21 de Novembro de 2011 às 20:50
Olá Filomena, obrigada pelo comentário e pela força. Espero que as suas amigas consigam vencer, muitas energias positivas para elas.
Há dias em que me sinto leoa, outros nem tanto... Mas é bom ser relembrada que tenho de continuar a rosnar ao cancro! :)
Um beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 21:09
Encontrei o seu blog por acaso e não parei até o ler de uma ponta à outra, alguns posts duas e três vezes seguidas. Sabe, não tenho palavras. Gostava imenso de ter, de poder explicar o impacto que teve em mim tudo o que li..mas não tenho mesmo. Eu sofro de uma anorexia nervosa há cinco anos mas ia jurar que a doença me tirou tantos anos de vida quanto os que tenho, 19. E a anorexia, ainda que seja, tantas vezes, desvalorizada já me tirou muita coisa, já me fez sofrer tanto, tanto, já tantas vezes me fez ponderar 'morrer ou viver? ' e depois de ler isto, eu não posso prometer, mas eu quero muito, muito vencer. Quero mais vencer a doença que nunca e poder apreciar a vida da forma que Silvina o faz, mesmo que tantas vezes não se aperceba. Hoje irei rezar por si, hoje não adormeço sem pedir a Jesus que a guia nesta luta e que nunca a desampare. Desejo-lhe as maiores felicidades, muita força e ainda que de nada sirva, pode ficar a saber que deste lado fez a diferença na vida de uma pessoa.
Inês Barros a 21 de Novembro de 2011 às 22:05
Olá Inês, olha eu é que nem sei bem o que é que te hei-de dizer. Fiquei muito emocionada ao ler o teu comentário, ainda bem que o que escrevo aqui te ajudou de alguma forma. Fico mesmo muito contente...
Muita força para venceres a anorexia. Acho que é uma doença incompreendida, e desvalorizada como dizes. E não devia ser. Uma das coisas que mais me custou neste processo todo foi justamente lidar com a minha imagem, a magreza, o ver-me ao espelho, tomar banho, tocar-me, sentir-me um alien no meu próprio corpo. Posso compreender, de uma forma muito limitada, claro, o que tu deves estar a passar. O que te posso dizer é que é muito importante que continues a querer vencer a doença e a fazeres tudo o que estiver ao teu alcance para conseguires esse objetivo!
Um grande beijinho e coragem!*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 21:18
Mais uma vez, deixaste-me de lágrima no canto do olho. Um abraço forte. Estás melhor? Como vão essas dores?
Eu a 21 de Novembro de 2011 às 23:00
Olá Eu, voltei ontem para casa. E só isso fez-me sentir muito melhor! As dores estão controladas com doses (cada vez mais reduzidas) de morfina...
Um grande abraço para ti*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 21:20
Não é um comentário, é só para deixar um grande beijo e ondas de coragem e força.No fundo, nós sabemos quando é possivel lutar, porque acho que algo nos dá esse discernimento.
Anónimo a 23 de Novembro de 2011 às 20:01
Olá Anónimo, tens toda a razão nessa observação que fazes sobre quando é possível lutar ou não. Muito obrigada pelas energias positivas que enviaste no teu comentário-que-não-é-um-comentário! ;)
Um beijinho*
Silvina a 23 de Novembro de 2011 às 21:23
Olá Silvina,
de momento encontro-me "colada" ao seu blog! Cada texto, cada frase, cada palavra transmitem uma verdadeira coragem e inspiração de vida! Espero do fundo do coração que a recuperação seja rápida! De terras alemãs envio muitas energias positivas!!! Beijinhos e tudo de bom.
Gabriela
Anónimo a 25 de Novembro de 2011 às 23:33
Olá Gabriela, obrigada por teres deixado aqui um comentário tão simpático, que me fez sorrir! Volta sempre ;)
Um beijinho*
Silvina a 26 de Novembro de 2011 às 15:30