Tive alta 6 dias depois da intervenção. Ainda terei restrições de movimento e sobretudo não posso mesmo fazer esforços como aspirar, limpar a sanita de cócoras, esfregar a banheira, carregar sacos de compras, etc. Ainda não estou em mim como é que vou sobreviver sem essas minhas actividades preferidas que dizem respeito ao reino doméstico... Proibiram-me de andar de bicicleta durante 1 mês, 1 mês e meio. Nada de exercício físico, só andar a pé. Então hoje já andei 45min... Fui ver a psicóloga e o Dr Lambard, que ficou especado a olhar para mim porque me achou com muito bom aspecto para alguém acabadinho de ir à faca, e me fez muitos elogios que me souberam a mel, e às tantas levanta-se, começa a massajar-me o pescoço e diz-me com voz doce mas ao mesmo tempo firme: "Laissez-vous faire..." A minha mente viajou imediatamente para realidades porno-oníricas nunca antes exploradas...
Depois desse pequeno momento de tensão, lá discutimos o plano a seguir. Na próxima semana vou fazer um exame que vai determinar se faço um tratamento local (radioterapia ao gânglio) ou se passamos ao ataque com quimio pelo corpo todo. Medo. Acho que se não fosse a pseudo-massagem teria sido uma das minhas piores consultas de sempre. Assim os níveis de ansiedade estão mais ou menos controlados, e hoje ainda consigo pensar positivo e ter esperança que o exame não vai mostrar mais nada de novo.
[é impressionante como a minha vida se organiza em torno destes exames, e como o meu futuro se desenha em função deles]